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Invasão dos EUA à Venezuela pode gerar 'conflito como o do Vietnã', diz Amorim a jornal britânico

Assessor de política externa do governo Lula disse que fechamento do espaço aéreo venezuelano pelos EUA foi como um 'ato de guerra'....


Assessor de política externa do governo Lula disse que fechamento do espaço aéreo venezuelano pelos EUA foi como um 'ato de guerra'.

O assessor de política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, disse que uma invasão ou ataque dos Estados Unidos à Venezuela poderia mergulhar a América do Sul em um conflito semelhante ao do Vietn

A declaração foi dada por Celso Amorim ao jornal britânico The Guardian.

Celso Amorim disse que a recente decisão de Donald Trump de ordenar o fechamento do espaço aéreo venezuelano foi "um ato de guerra" e "totalmente ilegal" — e expressou temores de que a crise possa se intensificar nas próximas semanas.

"A última coisa que queremos é que a América do Sul se torne uma zona de guerra – e uma zona de guerra que inevitavelmente não seria apenas uma guerra entre os EUA e a Venezuela. Acabaria tendo envolvimento global e isso seria realmente lamentável", disse Amorim ao jornal.

"Se houvesse uma invasão, uma invasão de verdade… acho que sem

dúvida veríamos algo semelhante ao Vietnã – em que escala é impossível dizer."

Ele acredita que em caso de um cenário assim, até mesmo governos inimigos do presidente venezuelano Nicolás Maduro se juntariam contra uma invasão estrangeira.

Eu conheço a América do Sul… todo o nosso continente existe graças à resistência contra invasores estrangeiros", disse Amorim.

O jornal afirma que apesar de o Brasil não ter reconhecido a vitória de Maduro na eleição do ano passado, o país se opõe a uma mudança de regime baseada na força.

"Se cada eleição questionável desencadeasse uma invasão, o mundo estaria em chamas", disse o assessor de Lula.

"Se Maduro chegar à conclusão de que deixar o poder é o melhor para ele e para a Venezuela, será uma conclusão dele… O Brasil jamais imporá isso; jamais dirá que isso é uma exigência… Não vamos pressionar Maduro a renunciar ou abdicar", disse Amorim

O diplomata disse que as relações entre Venezuela e Brasil já não são mais tão "calorosas ou intensas" como antes.

Especula-se que Maduro possa deixar a Venezuela rumo a países como Cuba, Turquia, Catar e Rússia. Sobre a possibilidade de Maduro se exilar no Brasil, Amorim disse que prefere não especular para "não parecer que estamos estimulando" essa ideia.

"No entanto, o asilo é uma instituição latino-americana [para] pessoas tanto de direita quanto de esquerda", disse Amorim. Ele lembrou que em 2005 o equatoriano Lucio Gutiérrez foi acolhido no Brasil após ser deposto da Presidência.

"Chegamos a enviar um avião para buscá-lo", disse Amorim, que era ministro das Relações Exteriores na época.

Amorim disse esperar que o presidente americano Donald Trump encontre uma solução diplomática para o problema com a Venezuela, com possibilidades de uma transição pacífica de poder.

Ele sugeriu a realização de um referendo na Venezuela sobre a permanência de Maduro no poder, nos moldes do que aconteceu em 2004.

"[O então presidente Hugo] Chávez aceitou a ideia, com alguma relutância, mas aceitou. Houve um referendo e ele venceu. Não sei quem venceria agora", disse o assessor de Lula ao jornal britânico.

Os EUA e a Venezuela vivem um momento de alta tensão nas relações bilaterais. Trump tem intensificado a pressão sobre Maduro.

O governo Trump dobrou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, e seus navios de guerra estão próximos da Venezuela. Os EUA têm realizado ataques a barcos venezuelanos, que o governo de Washington acusa de estarem transportando drogas.

Segundo relatos, Trump deu um ultimato a Maduro para que deixasse a Venezuela, em um telefonema entre os dois em 21 de novembro.






 

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