Apesar dessa queda de arrecadação, a receita corrente teve aumento nominal de 5,7% em relação ao estimado na LOA/2022 A redução de ICMS so...
Apesar dessa queda de arrecadação, a receita corrente teve aumento nominal de 5,7% em relação ao estimado na LOA/2022
A redução de ICMS sobre os combustíveis determinada pela lei complementar federal 194/2022 vai retirar R$1,94 bilhões dos cofres públicos do Distrito Federal. A informação consta do parecer preliminar ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2992/2022 aprovado em reunião extraordinária remota realizada nesta terça (18) pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF).
Agaciel incluiu em seu relatório um questionamento ao Poder Executivo sobre a previsão de alguma medida jurídica ou de outra natureza para reduzir o impacto causado pela redução no ICMS de combustíveis.
Redutores de receita
Previsão de receitas
Fundo Constitucional
Em perspectiva
A receita corrente (soma das receitas tributária, de contribuições, patrimonial, de serviços e transferências recebidas) teve aumento nominal de 5,7% em relação ao estimado na LOA/2022. Em termos reais (descontada a inflação), isso representa um aumento de apenas 0,4% , já que o IPCA projetado para 2023 fica em 5,3%. A Receita de Capital (composta por operações de crédito, alienação de bens, transferências de capital e amortizações) teve aumento equivalente a R$ 226,7 milhões, ou seja, 11,6% em termos reais.
As receitas tributárias têm previsão de aumento pouco superior a R$1 bilhão, representando um aumento de 1,3% em termos reais. O que se arrecada com tributos (impostos e taxas principalmente) equivale a 58% de todas as receitas correntes.
Os tributos mais relevantes na estimativa para o exercício de 2023 continuam sendo ICMS, Imposto de Renda (IR) e ISS, representando, respectivamente, 45%, 20% e 13%, em um somatório de 78% do total das receitas tributárias. Aqui vale lembrar que o IR retido na fonte quando é realizado o pagamento aos servidores públicos pertence ao estado, compondo parte da receita do DF neste item.
Gastos com Pessoal
Recomendações
A previsão de reajuste para os servidores públicos da ordem de 18% em quatro anos também foi tema de pedido de esclarecimento do relatório de Agaciel Maia. O relator quer saber se as dotações da PLOA consideram esse reajuste. Ele também questiona se ainda haverá espaço para contratação e quais os órgãos com maior necessidade e que terão prioridade na recomposição de pessoal.
Por fim, o distrital indagou também sobre as previsões do PLOA de redução do cartão creche, a diminuição das transferências para educação infantil e o fato de a política cultural junina não ter previsão na proposta encaminhada para análise da CLDF.
Outro aspecto apontado no relatório prelimininar do PLOA aponta que foram apresentadas 158 ações orçamentárias com programações financeiras para 2023 no PPA, mas sem dotações orçamentárias consignadas no PLOA 2023. Neste sentido, o relatório aprovado recomenda que o Poder Executivo apresente justificativas individualizadas a respeito das divergências apresentadas.
Mínimos constitucionais
Segundo o relatório preliminar aprovado, os mínimos constitucionais relativos à aplicação de recursos em saúde, educação e cultura estão previstos no PLOA, cumprindo os requisitos legais.
Objetivos e metas por R.A.
Segundo o parecer aprovado pela CEOF, outro ponto que precisa ser corrigido é referente à falta da previsão de objetivos, metas e prioridades por região administrativa, o que deveria constar do PLOA, conforme determina a LODF também em seu art. 149.
O relatório, que está disponível para consulta aqui, contém ainda uma análise detalhada sobre o Fundo de Desenvolvimento do Distrito Federal (FUNDEFE) em comparação desde 2010 até 2023 e sobre o fundo constitucional, inclusive em relação ao risco de perda de recursos dessa fonte.
Francisco Espínola - Agência CLDF
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