Estudantes também participaram da comissão geral no plenário da CLDF e cobraram mais professores efetivos Enquanto servidores da rede públ...
Estudantes também participaram da comissão geral no plenário da CLDF e cobraram mais professores efetivos
Enquanto servidores da rede pública de escolas do Distrito Federal mobilizam-se na segunda semana de greve, a Câmara Legislativa voltou-se, nesta quinta-feira (12), para a pauta da educação, com foco nas políticas nacional e distrital da área. Em um plenário tomado por profissionais do sistema educacional, verificou-se que não foi cumprida uma série de metas estabelecidas no primeiro Plano Distrital de Educação (PDE), sancionado em 2015. Declarando apoio irrestrito à greve, o distrital Gabriel Magno (PT) — que propôs a comissão geral realizada hoje — explicou que a Secretaria de Educação do DF foi convidada para o encontro, mas não enviou representante.

“Nós que por várias décadas já tivemos o melhor salário do país, estamos figurando em quinto ou sexto lugar, ainda que os 7 anos de congelamento tenham sido os anos em que o Fundo Constitucional mais cresceu”, esclareceu Cláudio Antunes, que representou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e o Sindicato dos Professores no Distrito Federal.
Além da remuneração, a mesa trouxe à tona outras insuficiências. Para a representante da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Catarina Almeida, o “retrocesso” também se evidencia pela quantidade de professores temporários na rede, que, como lembrou, já foi "exemplo" para o Brasil.
Na outra ponta da sala de aula, a estudante Ana Giulia Leal — que participa do Grêmio Estudantil do Centro de Ensino Elefante Branco — relatou como esse aspecto é percebido pelo corpo discente. “Precisamos, sim, de professores efetivos. Em um ano, temos 2, 3 professores de uma mesma matéria, o que atrapalha a aprendizagem, porque cada um tem seu método de ensino. Puxando para a Meta 7, que trata da qualidade da educação, como conseguiremos atender sem infraestrutura nas escolas, sem profissionais e sem laboratórios?”, questionou.

Ao longo do evento, manifestações abordaram o tamanho da educação no orçamento distrital. Magno detalhou que, em 2015, a meta do DF era investir 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação — com orçamento próprio e recursos do Fundo Constitucional. Isso correspondia, então, a R$ 8,1 bilhões, segundo o parlamentar. Na época, porém, destinou-se R$ 9 bilhões, valor acima da meta. O deputado contrastou esse cenário com o panorama de 2024, cuja meta de 6,12% do PIB distrital afasta-se do número efetivamente alcançado: 3,77% do PIB.
Diversidade na política educacional

A pauta pela inclusão repercutiu na tribuna e atravessou a fala de diversos participantes que compareceram ao encontro. Além da construção coletiva de metas, cidadãos clamaram pela implementação, em esfera nacional e distrital, de políticas voltadas a populações “historicamente escanteadas” pelo sistema educacional, como povos indígenas e quilombolas.
Daniela Reis (Agência CLDF)
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