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Advogado viraliza ao comemorar vitória de cliente injustiçado. ‘Inocentei o moleque’

  Advogado comemora vitória de cliente e vídeo viralizou nas redes - Foto: reprodução Um vídeo curtinho, de apenas 1 minuto, tornou  o advog...

 

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Advogado comemora vitória de cliente e vídeo viralizou nas redes - Foto: reprodução

Um vídeo curtinho, de apenas 1 minuto, tornou o advogado Ewerton Carvalho, de 30 anos, um dos assuntos mais comentados da internet nos últimos dois dias.

E não foi pela vitória no processo, que consistia na defesa de um jovem injustiçado de 23 anos, acusado de interceptação de veículo roubado. A verdade passada pela emoção de Ewerton foi tão importante quanto o resultado positivo da causa.

Mano, acabei de inocentar o moleque, mano. Tô três anos brigando nesse processo, tá ligado. Ontem, foi meu aniversário e eu pedi para Deus, para os orixás, eu preciso absolver esse moleque“, diz ele no vídeo postado no Instagram do Só Notícia Boa (veja abaixo)

O Dr. Ewerton

Ewerton contou em entrevista ao Só Notícia Boa que nasceu em São Paulo e viveu toda a infância e juventude em uma comunidade da capital. E lembrou que a família sempre foi desestruturada. Mesmo assim ele venceu.

“Minha mãe foi mãe solteira. Tenho três irmãos, cada um de um pai. Morei em vários lugares porque a minha mãe se mudava muito. Era bem difícil”, falou o advogado.

Ao ser perguntado sobre a vida estudantil, ele disse que sempre foi inteligente, mas era da “turma do fundão”. “Eu já fui expulso da escola. Eu era sinistro, aprontava muito”.

Ele ainda acrescenta que fora da escola também aprontou muito. “Eu já fiz muita coisa errada. Eu fazia parte da criminalidade, vi muita coisa errada e fiz muita coisa errada. Você cresce nesse ambiente hostil, ne?”, completa.

O Direito sempre foi presente

Perguntamos a ele por que escolheu a advocacia, e Ewerton foi bastante direto e certeiro na resposta: “O Direito sempre esteve presente. Eu sou militante do movimento negro, então fui conhecendo muitos advogados”, explica.

A decisão por cursar uma faculdade de Direito veio após uma situação que o Ewerton viveu. “Eu fiz um concurso para entrar na Marinha, mas fui reprovado por causa das minhas tatuagens. Então eu mesmo fiz o meu recurso, fiz o dossiê e ficou muito bom. O defensor me elogiou pra caramba e então eu pensei ‘pô, eu sou bom nisso aí’”, relembra.

Ewerton entrou para a universidade por causa da política de cotas. Em outro vídeo [veja no final da matéria], durante uma entrevista, ele defende as cotas para jovens e diz que se não fosse por isso, muitos pretos e pobres não teriam acesso a curso superior.

Para o Só Notícia Boa, ele defende que a política de cotas precisa permanecer enquanto durar a desigualdade.

“A gente melhorou um pouco, mas o percentual ainda é baixo. A política de cotas, eu costumo dizer, que é como uma vela. Enquanto a luz elétrica não retorna, a vela é necessária. A luz elétrica, é a igualdade. Então, a política de cotas tem que permanecer”.

Justiça para o povo

Ewerton contou que atua apenas em casos específicos e todos pro bono (sem honorários). Ele só defende causas de pessoas que acredita serem inocentes e que não têm dinheiro para pagar uma boa defesa.

E foi assim que o caso do Kaique do Nascimento Mendes, de 23 anos, chegou até ele. A jogadora da seleção brasileira de futebol feminino, Ludmilla, estava no dia e na hora que o Kaique foi abordado pela polícia e preso. Ela contou ao Ewerton que, prontamente, se disponibilizou para o caso, em julho de 2019.

O caso no qual o advogado viralizou, envolve um acidente de carro, que estava em fuga, e acabou batendo em um estacionamento de um condomínio.

No local estavam Kaique e mais dois amigos, que se aproximaram para ver o que tinha acontecido. No momento, a polícia chegou e deu voz de prisão para o jovem, que foi detido e levado para a delegacia.

Os moradores do condomínio ainda tentaram impedir a prisão, mas a polícia não deu oportunidade.

A prisão e o processo trouxeram inúmeros problemas para o jovem. Ele não conseguia emprego e tinha medo de andar na rua à noite. Quadros de ansiedade e depressão também eram comuns após a prisão.

Foi Ewerton que, desde sempre, acreditou na inocência de Kaique e o defendeu de todas as formas. A absolvição veio após três anos, agora em fevereiro.

O advogado resolveu gravar a emoção do momento e compartilhou com amigos no Instagram. O vídeo, em poucos dias, ganhou todo a rede.

“Talvez tenha sido o mais marcante de todos [os casos]. Ele se tornou meu filhote. A gente troca ideia. O moleque me ama e eu gosto muito dele também. A comunidade lá onde ele mora gosta muito de mim também. Muito doido tudo isso”, concluiu.


Ewerton e a mãe - Foto: arquivo pessoal

Ewerton e a mãe – Foto: arquivo pessoal

 

 

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