A 9ª reunião da CPI do Rio Melchior, ocorrida nesta quinta-feira (14), marcou a reabertura dos trabalhos da comissão no segundo semestre. ...
A 9ª reunião da CPI do Rio Melchior, ocorrida nesta quinta-feira (14), marcou a reabertura dos trabalhos da comissão no segundo semestre. Com a presença da presidente, deputada Paula Belmonte (Cidadania), do relator, deputado Iolando (MDB), e dos membros titulares Rogério Morro da Cruz (PRD) e Gabriel Magno (PT), o colegiado aprovou ao todo 11 requerimentos com o objetivo de aprofundar as investigações sobre as causas e responsabilidades pela poluição do rio.
Belmonte destacou que um dos focos do trabalho, a partir de agora, é buscar elementos que possam permitir a reclassificação do nível de poluição do rio, que atualmente encontra-se na Classe IV, o nível mais baixo de qualidade da água, o que indica que ele não é próprio para contato humano, pesca ou irrigação.

Iolando avalia que, até o momento, as solicitações de informações feitas aos órgãos ambientais do GDF têm sido respondidas prontamente, o que tem subsidiado a comissão com dados que serão de grande importância para a construção do relatório final.
O distrital revelou ainda que está em contato direto com os presidentes da Terracap, Izidio Santos, e do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Rôney Nemer, para dirimir dúvidas que os órgãos vinham tendo sobre requerimentos enviados pela CPI e para que as informações solicitadas cheguem à comissão com o máximo de clareza possível. “Tenho certeza de que todas as informações que forem necessárias dos órgãos do DF nós teremos”, destacou o relator.

No caso da ocupação irregular no Parque Pequizeiro, Magno cobrou que o poder público esteja atento e dê solução ao caso. Quanto às outras denúncias, o parlamentar avalia que as ações governamentais deveriam ser executadas com melhor planejamento e com maior diálogo com as populações afetadas.
“Precisamos de políticas que garantam o direito das pessoas. Temos que ter uma política de planejamento urbano com garantia de moradia digna para as pessoas, respeito ao processo de ocupação do nosso território e preservação ambiental. O rio não é um elemento isolado, as nascentes que compõe a bacia e os afluentes são fundamentais para a revitalização do Melchior”, afirmou.
Requerimentos
O colegiado aprovou, por unanimidade, 11 requerimentos, sendo seis apresentados por Paula Belmonte e cinco por Iolando. Dentre eles, estão solicitações de informações à Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e à Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), além do pedido de cópia dos estudos que embasaram a alteração da classificação do Melchior pelo Conselho de Recursos Hídricos do Distrito Federal (CRH/DF). Também foi aprovada a requisição de dados complementares sobre o funcionamento e o impacto do Aterro Sanitário de Brasília, instalado nas proximidades do curso d’água.
Além disso, a CPI determinou que sejam encaminhados ofícios ao Conselho de Recursos Hídricos e ao Comitê de Bacia Hidrográfica solicitando a íntegra das atas de todas as reuniões realizadas nos últimos cinco anos. A expectativa é que os documentos e informações obtidos auxiliem na compreensão das decisões administrativas e políticas que afetaram o rio, permitindo à comissão identificar possíveis falhas de fiscalização e de gestão ambiental. A estratégia reforça a linha investigativa da CPI, que tem buscado reunir dados técnicos e históricos para subsidiar futuras recomendações e responsabilizações.

A presidente da comissão anunciou que no próximo encontro do colegiado, na sexta-feira (22), será realizada a visita técnica ao abatedouro da empresa da empresa Seara, que pertence ao grupo JBS, localizado em Samambaia. A reunião de hoje pode ser assistida na íntegra pelo YouTube da CLDF.
15 de agosto de 2023
Pedido de instalação da CPI – a deputada Paula Belmonte apresentou um vídeo impactante na Câmara Legislativa alertando sobre problemas de saúde, principalmente erupções na pele de crianças na comunidade Cerâmica, e propôs a criação da CPI para apurar a poluição do Rio Melchior;
14 de março de 2025
Constituição formal da CPI – Foi publicada a relação dos integrantes titulares e suplentes da CPI no Diário Oficial da CLDF, consolidando a composição legal da comissão;
18 de março de 2025
Eleição da presidência – a deputada Paula Belmonte é eleita presidente da CPI, que passou a investigar a poluição do Melchior — um recurso hídrico essencial, que abastece 1,3 milhão de brasilienses;
3 de abril de 2025
1ª reunião ordinária – na primeira reunião, discutiu-se a gravidade da contaminação do Rio Melchior, enfatizando seu impacto na saúde pública e na qualidade de vida das comunidades ribeirinhas. Foi aprovada a oitiva de cinco depoentes, entre eles o Secretário de Meio Ambiente;
24 de abril de 2025
3ª reunião: novamente sem quórum – A terceira reunião também foi encerrada sem decisões por ausência de parlamentares — apenas Paula Belmonte e Gabriel Magno estiveram presentes;
8 de maio de 2025
4ª reunião: novo relator e avanços nos requerimentos – Com o deputado Iolando assumindo como relator, foram aprovados 38 requerimentos, incluindo convites a órgãos, audiências públicas e visitas técnicas — marcando um avanço significativo nos trabalhos da CPI;
15 de maio de 2025
Apresentação técnica – Consultores legislativos da CLDF apresentaram um estudo detalhando a situação do rio e os instrumentos de proteção, além de responderem a questionamentos dos parlamentares;
22 de maio de 2025
Visita técnica ao aterro sanitário de Samambaia – Membros da CPI realizaram fiscalização in loco no Aterro Sanitário localizado às margens do rio, avaliando como é feito o tratamento do chorume e o despejo de efluentes no Melchior;
29 de maio de 2025
6ª reunião ordinária: participação da academia – Pesquisadores da UnB denunciaram a falta de transparência dos órgãos ambientais na divulgação de dados e enfatizaram a necessidade de acesso efetivo à informação;
05 de junho de 2025
Visita técnica à Estação de Esgoto da Caesb – Os parlamentares visitaram a ETE Melchior (Samambaia), responsável por tratar esgoto de diversas regiões do DF, como Ceilândia e Águas Claras, buscando entender o funcionamento da estrutura;
12 de junho de 2025
Debate sobre a termelétrica: riscos hídricos e ambientais – Foram abordados os riscos de comprometimento do volume e do lençol freático do Melchior, com alertas sobre perfuração de poços artesianos e impactos da seca — além de críticas gerais ao projeto da termelétrica;
26 de junho de 2025 (manhã)
8ª reunião ordinária: mais debates sobre Termelétrica – técnicos da Ambientare, responsável pelo estudo de impacto ambiental da futura Usina Termelétrica Brasília (UTE Brasília), apresentaram seu parecer à comissão. Embora o relatório tenha identificado 24 impactos ambientais negativos e apenas quatro positivos, concluiu que a implantação é viável — desde que as condicionantes ambientais sejam rigorosamente cumpridas. A presidente da CPI, deputada Paula Belmonte, destacou preocupações como a remoção da Escola Classe Guariroba, a possível captação de água do lençol freático por poços artesianos e o aquecimento do rio causado pelo lançamento da água usada no resfriamento das caldeiras;
26 de junho de 2025 (tarde)
Mais fiscalização da ADASA – durante nova reunião, Paula Belmonte cobrou da ADASA esclarecimentos sobre outorgas. O órgão fiscaliza anualmente a bacia do Melchior — Foi esclarecido que a outorga prévia não autoriza automaticamente a implantação da termelétrica.
Agência CLDF de Notícias
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