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Especialistas e estudantes debatem Novo Ensino Médio em audiência pública da CESC

  Segundo o presidente da CESC, deputado Gabriel Magno (PT), o levantamento demonstrou que professores, pais e alunos “não têm conhecimento ...

 


Segundo o presidente da CESC, deputado Gabriel Magno (PT), o levantamento demonstrou que professores, pais e alunos “não têm conhecimento das condições sobre como essa mudança deve ser feita”.

Apesar de reconhecer a necessidade de reformulação, Edileuza Fernandes, professora da Universidade de Brasília, avaliou que a proposta em curso constitui um projeto de “desescolarização” da sociedade. Coordenadora do Observatório de Educação Básica da Faculdade de Educação, ela afirmou que a ideia tem potencial para “impedir o acesso dos filhos dos trabalhadores à educação” e ainda concordou com a “pausa” estipulada pelo Governo Federal.

Ser humano

Da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Luciana Vassalo Costa chamou a atenção para o individualismo, como uma característica da proposta vigente, e usou o termo “nonsense” para classificar a inclusão de “disciplinas aleatórias”. E ainda questionou: “Por que as secretarias estão apoiando uma reforma encomendada pelo mercado?”, referindo-se aos grandes conglomerados de ensino. “Não se trata de educação básica de qualidade e nem ensino técnico. É uma artimanha para parecer novo, mas é mais do mesmo”, concluiu, defendendo a revogação da proposta.

 

 

Pesquisador da questão, o professor Ricardo Pacheco abordou o pano de fundo da reforma do ensino médio destacando questões políticas – como o impeachment de Dilma Roussef – e econômicas – apontando o envolvimento de grupos empresariais na elaboração da proposta. Por sua vez, Júlio Barros, dirigente do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), aprofundou estes pontos, enfatizando que se trata de um projeto de “destruição”, gestado à época do governo do ex-presidente Michael Temer.

Falando em nome da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Rosilene Corrêa, acrescentou ao debate o componente ideológico, evidenciando o momento histórico nacional. “Há vários interesses envolvidos”, declarou. Também criticou o MEC por não ter encaminhado a revogação do Novo Ensino Médio. “Sei que não depende apenas do ministério. Mas, o MEC tem um peso na questão”, disse, ao mesmo tempo em que elogiou a decisão de suspender o cronograma de implantação. 

Integrando a mesa coordenadora da audiência pública, o estudante Lucas Souza Cruz lembrou que os alunos atuais do ensino médio estavam entrando na adolescência quando a reforma foi decretada. “Naquela época, não tínhamos capacidade de entender o que estava sendo proposto”, observou.

Por fim, elencou pontos que julga prejudiciais aos estudantes, professores e demais trabalhadores da educação: exclusão de matérias da grade obrigatória; aumento da desigualdade entre educação publica e privada; falta de condições das escolas; ausência dos alunos no processo de elaboração da reforma. “É preciso encarar o educando como ser humano e não como máquina”, concluiu.

 Agência CLDF

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