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A saúde do brasileiro está na berlinda

  Em cinco anos, mais de 119 milhões de adultos brasileiros terão sobrepeso ou obesidade, condições que aumentam a vulnerabilidade para hipe...

 


Em cinco anos, mais de 119 milhões de adultos brasileiros terão sobrepeso ou obesidade, condições que aumentam a vulnerabilidade para hipertensão, diabetes, cânceres, entre outras doenças de manejo complexo

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em parceria com o Ministério da Saúde, divulgou recentemente o Vigitel Brasil 2008-2023, com foco em dados de beneficiários de planos de saúde coletados em todas as capitais e no Distrito Federal. A amostra envolveu mais de 697 mil brasileiros — um pouco mais da metade, 371.394, afirmou ser beneficiária de planos de saúde. Entre as constatações, a de que a saúde dos brasileiros está cada vez mais ameaçada pelo excesso de peso.

O levantamento visa identificar fatores de risco, formular políticas públicas e desenvolver modelos de cuidado que promovam a prevenção e a promoção da saúde. Além de ser um balizador das condições gerais de saúde da população brasileira, o relatório detalhou características como consumo alimentar (incluindo bebida alcoólica), atividade física, sobrepeso e obesidade, tabagismo, morbidade por doenças crônicas, comportamentos no trânsito, saúde bucal e vacinação contra gripe, entre outros hábitos.

O que chamou a atenção é a relação direta entre a queda do número de fumantes — de 12,4% em 2008 para 6,8% em 2023 — e o crescimento exponencial de adultos com sobrepeso — de 46,4% em 2008 para 60,9% em 2023. No caso da obesidade, a taxa pulou de 12,5% para 21,9% no mesmo período. Esse aumento foi observado em ambos os sexos, sendo maior entre os homens: de 14,2% para 23,5%. 

Ao longo desses 15 anos, a rotina alimentar do brasileiro mudou significativamente, e para pior. Basta observar o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e/ou industrializados, a diminuição de alimentos até então tradicionais no prato dos brasileiros —  como a famosa dupla arroz e feijão —, a avalanche de refeições prontas, lanches rápidos e outros saquinhos repletos de substâncias altamente nocivas ao organismo. Isso sem falar na redução do consumo de frutas, verduras e legumes, com consequências desastrosas para a saúde do brasileiro.

A verdade é que nem mesmo a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a RDC 429/2020, bem como a Instrução Normativa (IN 75/2020), que tratam dos requisitos técnicos para a declaração obrigatória da rotulagem nutricional dos alimentos embalados, fizeram com que a população se conscientizasse da importância de verificar as substâncias contidas nos produtos — ou seja, saber o que está sendo consumido. Tal realidade evidencia que implementar normativas sem investir em educação em saúde não tem efeito prático.

O resultado está aí: independentemente da faixa etária e do nível socioeconômico, os brasileiros estão cada vez mais com sobrepeso ou obesidade, condições que aumentam a vulnerabilidade para hipertensão, diabetes, cânceres, entre outras doenças de manejo complexo. E se formos acompanhar os prognósticos para 2030, a situação tende a piorar: em cinco anos, mais de 119 milhões de adultos brasileiros não farão parte do patamar de peso corporal considerado saudável, o que representa mais de 65% da população adulta, segundo o Atlas Mundial da Obesidade. Resta saber se teremos tempo para reverter esse quadro.

Com informações do CB

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