Alunos e profissionais da escola, que atende população em situação de vulnerabilidade social, foram homenageados durante a solenidade prop...
Alunos e profissionais da escola, que atende população em situação de vulnerabilidade social, foram homenageados durante a solenidade proposta pelo deputado Gabriel Magno
Em sessão solene realizada durante a manhã desta quarta-feira (13), a Câmara Legislativa prestou homenagens para a Escola Meninos e Meninas do Parque (EMMP) por seus 30 anos. A reunião ocorreu por iniciativa do deputado Gabriel Magno (PT), reunindo a comunidade escolar com professores, diretores e alunos, além de representantes de órgãos públicos. A escola é considerada referência nacional na educação de crianças e adolescentes em situação de extrema vulnerabilidade social. Além disso, a escola recebe jovens, adultos e idosos, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O deputado Gabriel Magno lembrou, logo no início da cerimônia, que a unidade foi a única da rede pública a ter seu nome escolhido pelos estudantes em um processo de participação popular como alusão ao movimento organizado dos Meninos e Meninas em situação de rua. “Tem um processo de muito pertencimento, acolhimento [em toda a história da escola]. Por isso, nosso objetivo é parabenizar professores e servidores, mas fundamentalmente estudantes dessa escola que a fazem acontecer no dia a dia”, afirmou o deputado.
“Há escolas na rede que têm suas peculiaridades. Elas precisam ser respeitadas e devem caber dentro da burocracia, que precisa ser um instrumento para permitir que a educação chegue para todo mundo que precise dela”, disse Gabriel.

Já a deputada federal Érika Kokay (PT) disse que “a EMMP é uma escola que tem o sentido do que representa a educação, inclusive já tive a oportunidade de participar de formaturas lá. É sonho, esforço e esperança transformados em diploma”, falou a deputada.
A promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Território, Luisa de Marilac, disse que celebrar essa data é um presente para o DF. “Esse aniversário de 30 anos da Escola Meninos e Meninas do Parque é um presente para todos nós que somos do Distrito Federal. É um momento no qual podemos dizer que a garantia de Direitos Humanos pode acontecer com longevidade, continuidade e permanência. A escola nos mostra isso. Quando a gente vê que a política pública tem a capacidade de revelar o brilho da pedra preciosa que todos somos, isso dá sentido às nossas lutas e ao nosso cotidiano profissional”, declarou a promotora.
Encaminhamentos


A estudante Rafaela usou a palavra para registrar um ensinamento que recebeu da diretora. “A Amelinha sempre fala para a gente que podem tomar tudo que for da gente. Podem tomar um boné, um celular, um calçado, a namorada ou um amigo. Menos nossa sabedoria, menos nosso estudo. Por isso, queria agradecer a nossa família da EMMP”, destacou Rafaela.
Por sua vez, o vice-diretor, Jorge Luiz, lembrou que está na escola há 30 anos. “Vi essa escola nascer e crescer. Plantamos uma sementinha de amor e eis aqui o exemplo da Joana [ex-aluna], com suas palavras maravilhosas. Aquele espaço [no Parque] era um acampamento de escoteiros e estava abandonado. Pegamos lá bem ruim e conseguimos transformar na escola que vocês têm hoje. No meu recesso, dou um pouco de mim para vocês, trabalhando [voluntariamente] com pintura e fazendo serviço de pedreiro para dar um pouco do que vocês não têm com conforto e, o mais importante, o amor”, declarou o vice-diretor.

A representante do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Joana Bazílio, ex-estudante da EMMP, disse que “falar da escola é dizer de um espaço aberto de inclusão verdadeira”. “O educar, para nós, pessoas com trajetória em situação de rua, vem de uma forma diferente. Vem com afeto e cuidado. A Escola Meninos e Meninas do Parque faz a diferença para a população em situação de rua do DF porque é um espaço que acolhe as demandas das pessoas, sendo inclusivo de verdade. É preciso que este espaço seja valorizado, aumentado e que fique no Parque da Cidade para a vida inteira”, declarou Joana.
Já o aluno Ênio relatou a evolução dele. “Estou há três meses na Escola e meu dia a dia tem melhorado muito por isso. Gostaria de destacar os professores que nos ensinam a olhar mais para nós mesmos, mostrando o potencial que a gente pode desenvolver”, disse Ênio.
Ao fim da solenidade, foram entregues moções de louvor pelos relevantes serviços prestados à educação por ocasião da sessão solene em homenagem aos 30 anos da EMMP.
Agência CLDF
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